quinta-feira, janeiro 06, 2011

Filme "Gênio Indomável"



O filme se passa em na década de 90 na cidade de Boston, nos Estados Unidos. Um rapaz de 20 anos, chamado Will (Matt Damon), possui diversas fichas criminais na polícia, a maioria delas sob acusação de agressão física. Órfão de pai e mãe, Will mora sozinho na periferia e os poucos de seus amigos (Chuckie, Morgan e Billy) são vistos como mal-encrencados. Will trabalha como servente em uma das universidades mais renomadas dos Eua. O que ninguém sabia é que o rapaz possui uma notável capacidade em Matemática, resolvendo exercícios complexos em pouquíssimo tempo.
Tudo acontece quando o notável professor de Matemática da Universidade, Gerry Lambeau, deixou um desafio complexo no quadro negro da Universidade. Dias depois, Lambeau se surpreende, pois o problema foi resolvido. Ele sai em busca da pessoa que equacionou o problema. Por acaso, o professor descobre que Will respondeu o desafio. Como o mesmo foi preso por agredir um policial, Lambeau propõe a Will que ele faça terapias e comece a estudar matemática avançada com o professor para sair da cadeia.
Posteriormente, Will começa a visitar vários analistas, mas o jovem não se identifica com nenhum deles. Até que um dia, Lambeau convence o seu velho amigo, professor Sean, a fazer sessões de terapia com Will, que nasceu na mesma cidade de Sean. O rapaz também começa a namorar Skylar, uma jovem universitária. A partir daí, Will começa a ter conversas com Sean que o fazem pensar sobre a sua vida, a sua família, sua relação com as pessoas e sobre a sua habilidade excepcional. Com o passar dos tempos os dois se tornam amigos. Will é chamado para trabalhar em várias empresas, mas não aceita nenhum emprego por não saber o que quer fazer.
Com o fim das sessões de terapia, o professor Sean faz uma viagem e Will abandona o emprego arranjado pelo professor Lambeau e vai atrás de Skylar, que foi estudar Medicina na Califórnia.

Conceito do termo altas habilidades/superdotação

Apesar de diversas vertentes e conceitos apresentados por autores variados, apresentamos aqui o conceito de superdotado de Ogilvie (1973) que define:
O termo "superdotado" é usado para indicar qualquer criança que se destaque das demais, numa habilidade geral ou específica, dentro de um campo de atuação relativamente largo ou estreito. Quando existirem testes reconhecidos como (por exemplo) no caso da "inteligência", então a superdotação poderia ser definida a partir de escores em testes. Onde não exista teste reconhecido, pode-se presumir que as opiniões subjetivas de "peritos" nas diversas áreas acerca das qualidades criativas de originalidade e imaginação demonstradas seriam o critério que temos em mente. (Ogilvie, 1973; Gifted Children in Primary Schools, p.6)
O termo, então, se refere de maneira geral não só a criança, mas qualquer pessoa que apresente em um dado momento de sua vida uma inteligência acima da média. Dessa forma, o meio que o superdotado vive irá influenciar sua inteligência acima da média. Um meio altamente estimulante provavelmente influenciará no superdotado suas habilidades. Desse modo, pode acontecer de uma pessoa que tenha potencial para superdotação, viva em um meio que não aguce sua inteligência e passe pela vida sem manifestar suas habilidades.
 Essa inteligência pode ser em diversas áreas, seja em altas capacidades de escrita para textos eruditos e habilidades na aprendizagem de línguas, seja em conhecimentos lógico-matemáticos ou até mesmo um saber mais aguçado para as artes. As altas habilidades muitas vezes vêm voltadas para áreas específicas que acabam despertando interesse à pessoa que apresenta características de superdotação.
Outro ponto relevante para ser tratado em altas habilidades é o Modelo Triádico de Superdotação descrito por Renzulli (1986), caracterizado pela interação de três aspectos básicos: habilidade geral acima da média, criatividade e envolvimento com a tarefa. Nem um desses fatores por si só é responsável pelas altas habilidades, mas sim a interação entre eles é que vai permitir da superdotação.

Como identificar altas habilidades/superdotação?

O indivíduo que apresenta o perfil de superdotação possui diversas características que foram assinaladas por vários autores. Vamos apresentar os sintomas assinalados por (Cline & Schwartz, 1999; Lewis & Louis, 1991):
v  Alto grau de curiosidade
v  Boa memória
v  Atenção concentrada
v  Persistência
v  Independência e autonomia
v  Interesse por áreas e tópicos diversos
v  Aprendizagem rápida
v  Criatividade e imaginação
v  Iniciativa
v  Liderança
v  Vocabulário avançado para a sua idade cronológica
v  Riqueza de expressão verbal (elaboração e fluência de idéias)
v  Habilidade para considerar pontos de vistas de outras pessoas
v  Facilidade de interagir com crianças mais velhas ou com adultos
v  Habilidade para lidar com idéias abstratas
v  Habilidade para perceber discrepâncias entre idéias e pontos de vista
v  Interesse por livros e outras fontes de conhecimento
v  Alto nível de energia
v  Preferência por situações/objetos novos
v  Senso de humor
v  Originalidade para resolver problemas
Suspeitas de que o indivíduo apresenta um perfil de superdotação ou de no mínimo um perfil diferente das outras pessoas pode ser percebida nos diversos meios que o indivíduo se relaciona. Após a percepção, orienta-se o encaminhamento ao atendimento especializado que é um espaço próprio para estes sujeitos e o local aonde vai se verificar a existência de altas habilidades.
Neste ambiente é feito um processo de observação da criança para verificar se ela realmente apresenta o raciocínio acima da média que foi assinalado pelos parentes, professores, amigos ou por eles próprios. A pessoa encaminhada ao atendimento especializado passa por uma triagem, um período de observação, que geralmente leva de 3 meses a 1 ano.
O período é variável já que há crianças que os professores e psicólogos conseguem identificar de cara que apresentam aspectos de superdotação já outras, demora-se mais tempo até mesmo mais de 1 ano para que se possa confirmar as características. A criança que é tímida demora-se mais tempo para que o profissional consiga identificar, pois ela costuma ser mais desconfiada levando mais tempo para se habituar com o ambiente e confiar no professor.
A triagem é realizada por um conjunto de profissionais como, por exemplo, pedagogos, psicólogos, lingüísticos, artistas plásticos que se interessam pela área, possuem especialização em altas habilidades ou que as façam após a entrada.
As crianças ou adolescentes indicados recebem nesse tempo de observação atendimento especializado de toda equipe de profissionais. A psicóloga, por exemplo, realiza testes de inteligência. Os pedagogos ficam responsáveis pela Sala de Atividades com crianças de 4 a 8 anos, em que se realiza exercícios com o intuito de identificar e estimular todas as áreas de inteligência sem o objetivo ainda,  de especializar em alguma.
Após o tempo de triagem nota-se que algumas ficam e outras não. Isso porque se o indivíduo não estiver dentro do quadro de superdotação ele não consegue acompanhar os demais e suas diferenças ficam bastante claras. A criança que geralmente chega à sala especializada com 4 anos se, for apontada pelos profissionais como possuidora das características de superdotação, permanece no atendimento especializado até o fim do ensino médio, podendo até existir a formação de grupos de estudos para o vestibular já que eles geralmente escolhem universidades públicas e cursos concorridos tais como medicina.

Aprendizagem de quem apresenta altas habilidades/superdotação

Como o desenvolvimento neurológico dessas pessoas foge dos padrões normais, é importante destacar que a aprendizagem deles deve ser centrada em desafios. Se na escola ele insiste em dizer que já sabe a matéria, devem ser propostos a ele desafios maiores a serem superados, por isso, a importância de uma adaptação curricular individual podendo levar aceleração de série.
Existem algumas estratégias de ensino que levam a aprendizagem e, estas devem ser seguidas por professores que educam da Educação Infantil ao Ensino Fundamental. Algumas delas são Fleith (2006):
v  Conhecer o aluno e suas áreas de facilidade.
v  Perceber as áreas que o aluno já sabe e fazer modificação individual do currículo a fim de deixar o conteúdo menos repetitivo e entediante.
v  Observar os interesses e pontos fortes dos alunos.
v  Estimular-los a encontrar suas próprias respostas para questões através de pesquisas.
v  Usar de brincadeiras, jogos, peças e assim por diante, para manter o aluno envolvido nas aulas.
v  Estimular o uso da criatividade e sua inteligência acima da média nas soluções de problemas, na capacidade de avaliação, síntese e análise.
v  Oferecer oportunidade de escolha de acordo com o interesse de cada um.
v  Estimular os alunos a aprofundar os conteúdos que lhe interessam.
v  Evitar rotular o aluno de superdotado para a turma, pois se gera uma cobrança sobre ele.
v  Buscar envolver o aluno com outros que possuem interesses iguais aos seus e/ou nível de inteligência semelhante.
v  Oferecer experiências de aprendizagem variadas.
v  Envolver os pais no processo de aprendizagem.

O que é verdade e o que é mito?

As grandes crenças que circulam pelos meios de comunicação e pela mente dos leigos no assunto são de que as pessoas que possuem as características de superdotação são seres anti-sociais, depressivos, tímidos, sem amigos, de vezes agressivos e possuidor de diversos adjetivos atribuídos a eles. No entanto, são grandes equívocos sobre a personalidade destas pessoas.
A verdade é que quem possui o perfil para superdotação é alguém realmente diferente dos demais se comparado a alguém normal, por isso é tratado muitas vezes com estranheza e antipatia. Essa estranheza é mais comum ainda quando ele ainda não foi identificado como possuidor do perfil. Vejamos que na escola, por exemplo, ele pode ser taxado por apelidos por preferir ler na hora do recreio a brincar com os colegas. Por essas e outras situações, muitas pessoas que têm as características de superdotação acabam ficando recuadas dos demais, às vezes não sendo entendidos nem pelos professores da escola tornando-se depressivos.
Porém, tais comportamentos podem se manifestar em alguns casos por causa da situação, mas não por serem características inerentes a personalidade desses indivíduos já que estes são super sociáveis como qualquer outra pessoa normal.

Os Pais e as Altas Habilidades

Para muitos pais, a descoberta de que seu filho apresenta características de superdotação vem acompanhada de surpresa e orgulho, porém, muitos não sabem como proceder diante da necessidade especial dos filhos. Os pais devem se preocupar em fortalecer a auto-estima dessa criança, aumentar a confiança dela mesma nas suas capacidades, bem como a capacidade de se relacionar com seus pares. “Pois apesar de ter um desenvolvimento acentuado, por exemplo, ela não deixa de ser criança e ter necessidades infantis como brincar” Diz a psicóloga Virgínia Louro
Por serem os primeiros que têm contato com as crianças, os pais devem estar atentos aos sinais que as mesmas apresentam e assim dar o suporte necessário para que ponham seu talento em prática, estimulando-as, dando apoio para que elas busquem meios de sanar a sua curiosidade.
É preciso lembrar que criança com um potencial não gostam de sentir o centro de tudo ou ser colocada em evidência diante dos demais indivíduos. Os pais não devem tratar as crianças que apresentam características de superdotação como uma celebridade, uma pessoa incomum, expondo-as à sociedade. Eles devem explicá-las que pelo fato delas serem assim, não são melhores nem piores do que seus pares.

A Escola para os Superdotados – Por favor, me tira daqui!

Uma parte dos indivíduos que possuem as características para superdotação são indicados pelos professores por isso, um importante papel da escola. Apesar de ter esse importante papel a escola pode ser também um ambiente de transtorno para o indivíduo que possui o perfil para superdotação.
Quando o professor é bem formado ele mesmo consegue identificar e encaminhar a criança ou o adolescente para o atendimento especializado do contrário o aluno vai sofrer com apelidos, suspensões e antipatias por parte dos colegas e pelo próprio professor.
Esses alunos agem diferentes dos demais colegas da escola, são extremamente investigativos, costumam encher o professor de perguntas e sempre querendo respostas. Essas atitudes deixam o professor assustado com o aluno que o indaga e ele não consegue responder, pois o aluno diz: “Isso eu já sei!”. O professor então pensa em ensinar um assunto novo e o aluno diz que já sabe. O professor acaba se sentindo ofendido e ameaçado pensando que o aluno que tomar o seu lugar.
Em outros casos, o aluno por já saber de tudo e aquilo ali ser um tédio para ele, ele é taxado como o típico bagunceiro que não para quieto, que conversa com o colega o tempo todo. Existem casos de o professor indicar a criança para o atendimento especializado após defini-lo como hiperativo, por ser uma criança que na hora da explicação fica andando pela sala, pede toda hora para ir ao banheiro, fica desenhando no caderno, foge da sala, chora para não ir à escola, fica olhando para pontos no espaço. E é nessa hora que os profissionais do atendimento especializado acolhem a criança e faz todo um trabalho com ela para verificar se ela é mesmo hiperativa ou apresenta características de superdotação.
Na escola o indivíduo que possui o perfil de superdotação, por ter interesses diferentes e comportamento atípico dos demais, pode sofrer com apelidos como NERD, dado pelos colegas. Geralmente esses garotos não gostam de brincar e acham prazer maior em ler livros ou revistas, enquanto o colega normal fala sobre o futebol ou a novela ele quer falar sobre o novo planeta que descobriram ou a nova vacina que criaram.
Em relação ao ensino desses garotos brilhantes na escola regular, o tratamento é o mesmo dos demais colegas e a atenção diferenciada é realizada no atendimento especializado. As provas, os testes, as disciplinas são as mesmas para a turma inteira. Pode ocorrer de o professor tratar diferente indivíduo que possui o perfil de superdotação dando mais atenção a ele e sendo mais exigente com o resto da turma. Mas isso é raro acontecer e nem deveria sobrevir.
Por possuírem uma inteligência acima da média a grande maioria desses alunos passa pelo avanço de série por não haver a mínima necessidade de acompanhar o conteúdo curricular da mesma forma comum dos outros colegas normais simplesmente porque já sabem todo o conteúdo sendo totalmente possível o avanço até de 4 séries a frente.
Porém, convém lembrar que o avanço de séries deve ser bem avaliado, sua necessidade deve ser comprovada por meio de indicação onde uma equipe multiprofissional, onde a mesma leva em conta a relação entre a alta potencialidade do aluno e seus aspectos socioemocional e psicomotor, pois nem sempre o avanço do fator intelectual é acompanhado pelo desenvolvimento dos fatores físicos, emocionais e sociais.
“Na aceleração de alunos superdotados, recomenda-se que a diferença máxima de idade entre o aluno superdotado e seus colegas seja de dois anos. Casos excepcionais podem ser analisados junto aos Conselhos Federal e Estaduais de Educação, quando houver necessidade” (BRASIL, 1999, v. 2, p. 64).

Desempenho Escolar – Sou um gênio?

Não é raro a pessoa que apresenta características de superdotação ser chamada de gênio. A verdade é que o aluno com altas habilidades não é obrigado a ter um ótimo desempenho em todas as disciplinas da escola. O fato de ele ter habilidades brilhantes em áreas específicas, e não necessariamente em tudo, é que o diferencia do gênio. Um aluno pode ser excepcional em Matemática e não tão bom em Português.
Os professores devem estar atentos quanto ás definições de genialidade, precocidade e hiperatividade:
A criança precoce é aquela que desenvolve precocemente algumas de suas habilidades em qualquer área, porém ela tende a se equiparar com seus pares com o passar do tempo. Os superdotados podem apresentar habilidades precocemente, mas os dois termos não são sinônimos;
Gênio é aquela pessoa que deu contribuições extraordinárias à sociedade. Ele muda a concepção do mundo de sua época, com propostas inusitadas, antecipatórias. Todo gênio é um superdotado, mas nem todo superdotado é um gênio.
Um aluno pode ser muito inteligente nas tarefas escolares, porém não a ponto de estar dentro do quadro de superdotados.
É preciso entender que alunos superdotados precisam de atividades que as desafiem a estimular suas habilidades.
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é causado por alterações nas conexões dos neurotransmissores, modificando seu funcionamento. Os sinais mais comuns da doença (desatenção, inquietude e impulsividade) levam crianças com altas habilidades a serem diagnosticadas como hiperativa.
 “As pessoas que marcaram a história por suas contribuições ao conhecimento e à cultura não são lembradas pelas notas que obtiveram na escola ou pela quantidade de informações que conseguiam memorizar, mas sim pela qualidade de suas produções criativas, expressas em concertos, ensaios, filmes, descobertas científicas, etc. “
[Renzulli & Reis, 1985]

Materiais Pedagógicos que estimulam a aprendizagem

O material pedagógico para a pessoa que apresenta características para superdotação é a realização de diversos trabalhos que estimulem o raciocínio e a capacidade de criação. A vivência com situações diversas de aprendizagem oferecem-lhes o estímulo ao desenvolvimento do pensamento criativo e crítico. Oferecendo ainda, aparato para o desenvolvimento de seu raciocínio próprio, habilidades de iniciativa, habilidade interpessoal e de comunicação e autonomia para o decorrer de sua vida (Fleith 2006).
Os recursos pedagógicos são diversos e compõem uma lista ampla como: jogos recreativos, computador, música, blocos, telas para pintura, pincéis, tinta para confecção de telas, programas de computador, livros, revistas, internet, professores bem qualificados, instrumentos musicais, enciclopédias, dicionários, bibliotecas, jogos pedagógicos, lupas, telescópio, educação física e muitos outros.

Entrevistas

Psicóloga que trabalha no Núcleo de Atendimento Especializado de Taguatinga Sul.
 Formação:
      Formada em Psicologia, Psicopedagogia, História
Mestrado em Psicologia
Especialização em Atendimento Especializado, Superdotação, Dislexia, Queixas Escolares...
Trabalhando no programa desde 2000..

A família desses alunos é envolvida nas atividades?
Toda reunião nós pedimos a participação dos pais, pois a criança se sente mais motivada com o comprometimento da família. A maioria dos pais é comprometida, fazem doações, ajudam nas festinhas para arrecadar dinheiro.

Comente um pouco sobre o atendimento prestado pela sala de recursos
Cabe ao programa identificar quem são realmente os alunos que apresentam características de superdotação. O aluno chega aqui indicado pelos professores do ensino regular, ou pelos pais, amigos, ou ele mesmo pode se indicar. Depois disso, nós fazemos um período de observação com esse aluno, que pode durar até 16 semanas. Se os alunos não apresentarem as características de Altas Habilidades, eles são desligados do programa. Só fica o aluno que demonstrar além de uma capacidade acima da média, criatividade e envolvimento com a tarefa. Os alunos selecionados são convidados a estarem participando do programa através das atividades extracurriculares. Nós atendemos as áreas das Artes Plásticas (Pintura), Português, Matemática, Física. Além disso, nós damos orientação às famílias e às escolas regulares de como estar procedendo no processo de aprendizagem dessa criança.

 Como se identifica um aluno superdotado na escola?
O aluno superdotado é auqle que aprende mais rápido que os demais, apresenta uma curiosidade excessiva por alguma área específica, gosta de pesquisar sobre o assunto.

Como é a forma de avaliação desses alunos na escola regular? Existe diferenciação?
As provas que eles fazem nas escolas regulares não são diferenciadas, o que pode acontecer é o professor aplicar exercíciosmais complexos, fazer atividades mais elaboradas. Mas se vê que isso não está adiantando muito, o adiantamento de série é indicado, mas tem que ser algo bem avaliado pela equipe.

 Como esses alunos que recebem o esses atendimento foram encaminhados ao atendimento especializado?
O aluno chega aqui indicado pelos professores do ensino regular, ou pelos pais, amigos, ou ele mesmo pode se indicar. Ele vê uma reportagem na televisão, uma matéria de um jornal, se identifica com aquele perfil e busca atendimento.

Que recursos do Atendimento Educacional Especializado o Governo Federal/Distrital oferece a esse aluno?
Atualmente nós não estamos recebendo nenhum recurso do GDF. Estão esperando a nova gestão assumir o governo, pra ser definida uma nova gerência. Os recursos matérias são escassos.

 Como deve ser o processo de inclusão/integração desse aluno? É possível fazer?
Sim, é totalmente possível fazer a inclusão, desde que seja levado em conta as particularidades e necessidades desses alunos.

 Algumas pesquisas que fizemos relatam que algumas características dos superdotados grande curiosidade que o faz fazer muitas perguntas, detestar perceber que estar errado, exepcional velocidade de pensamento, senso de humor apurado, autosuficiência, fazer uso de muitas palavras diferentes para expressar nuances de significados e outras…. Você consegue percebe algumas dessas características ou outras em seu relacionamento com esses alunos?
Sim.


Estudantes que recebe o atendimento especializado
Vinícius Feijó, 14 anos.
Série: 1º do Ensino Médio.
Área Específica: Ciências. Atualmente trabalha com textos sobre segurança e privacidade na internet.
Está no programa de atendimento especializado há seis anos.
Foi indicado para o programa por um amigo
O que faz nas horas livres: Fica no computador, toca violão e guitarra, pratica taekwondo .
Pretende fazer Medicina
Antes de entrar no programa especializado era inquieto, fazia muitas perguntas aos professores da escola regular. Desde que entrou no programa se sente mais calmo.



Maria do Socorro, mãe de Vinícius Feijó.

Como é o Vinicius em casa e com a família?
O Vinícius é tranqüilo e só vive para estudar, nunca foi muito de brincar. Quando está em casa, ou ele está estudando, ou fica no computador fazendo pesquisas. Eu fico sabendo das coisas pelo Vinícius, ele sempre me dá notícias do que está ocorrendo no mundo. É muito discreto e humilde. Na escola regular quase ninguém sabia que ele era superdotado.
Há uns 2, 3 meses se interessou por música, aprendeu a tocar violão pelo computador.
Ele também gosta de ajudar o pai, que trabalha na contabilidade. É um menino muito obediente, me ajuda nas tarefas de casa. Nunca foi de me responder .

Como você percebeu que o Vinícius apresentava características de superdotação?
Olha o Vinícius nunca engatinhou. Ele andava se arrastando que nem cobra. E quando tinha ele tinha 9 meses começo a andar sozinho, sem ao menos ter engatinhado. Teve uma vez, isso ele tava com 6 meses e começou a chorar muito, berrava. Eu dava um brinquedo e não adiantava. Aí eu tive a idéia de dar uma caneta e um papel pra ele. E de repente ele parou de chorar e começo a rabiscar o papel de barriga no chão.
Quando ele tinha 1 ano, ele se levantou e ligou o computador sozinho, quando eu vi o menino estava sentado de frente para o computador.
Com 1 anos e 6 meses ele já pegava os gibis para ficar folheando. E lá em casa ninguém lia muito.
Ele entrou na escola com 2 anos e as professoras sempre diziam que ele era um menino muito inteligente. Ele sempre recebeu diplomas de melhor aluno na escola. Com 5 anos começou a ler.
Teve um dia que ele não queria ir pra escola, disse pra mim que queria fazer alguma coisa, pois ele não se sentia bem na escola, já sabia de tudo.
O Vinicius quando entrou no programa tinha habilidade para seguir todas as áreas.
O 1º trabalho dele foi aos 7 anos, quando ele montou um site.
Na 2º semana do Inglês, ele já pulou de nível.
A mãe freqüenta o espaço onde ocorre o atendimento especializado, sempre vem nas reuniões, ajuda nas palestras.


Programa de Atendimento ao Superdotado – Visita à Instituição Especializada













Com o objetivo de tentarmos conhecer melhor a realidade desses indivíduos que apresentam Altas Habilidades, nós as autoras do blog, realizamos uma visita á Classe Especial de Atendimento aos superdotados, localizada na Escola Classe 18 de Taguatinga Sul, cujo endereço é QSD 32 AE 1, telefone para contato (61) 3561 3529.
O local dispõe de 7 profissionais de diversas formações como Pedagogia, Psicologia, Artes Plásticas, Letras Português e etc. O espaço físico do  núcleo de Altas Habilidades não é amplo,  pode-se dizer que até mesmo precário, devido a importância do trabalho realizado no lugar. O espaço é de 7 salas incluindo a cozinha, a sala dos professores e sala do psicólogo. Contém uma sala específica para artes onde é trabalhado principalmente pintura em telas. Nesta sala ficam expostos diversos trabalhos confeccionados pelos próprios alunos. Possui ainda uma sala de computadores, uma pequena área verde onde fica situado um parquinho para crianças da Sala de Atividades.
O lugar recebe pessoas que apresentam o perfil de superdotado de várias regiões administrativas como Águas Lindas do Goiás, Brazlândia, Taguatinga. Para que uma criança/adolescente passe a freqüentar o local ele deve ser indicado por professores, amigos ou família. Pode acontecer de eles mesmos verem propagandas nos meios de comunicação ou na escola e conversar com o professor para serem indicados. Programas como este existem em várias outras cidades de Brasília.
Os alunos que lá recebem atendimento especializado têm habilidades variadas, como Matemática, Ecologia, Astronomia, Física, Artes Plásticas, Música e etc. Fomos informadas de que eles também participam de congressos e seminários, expondo livros, projetos de pesquisa, telas de pintura...

Muitos desses alunos começam os estudos em escolas públicas e posteriormente ganham bolsas de estudo em Escolas Particulares.

O espaço carece de recursos financeiros. Atualmente, o programa não está recebendo nenhuma ajuda do GDF, enquanto a nova gestão do governo não ser definida. Enquanto isso, o programa conta com a ajuda dos pais dos alunos que doam mensalmente alguma quantia em dinheiro e com os próprios profissionais que trabalham lá. O departamento de Física e Astronomia da UnB também colabora com o programa.